O BLOG DE FÍSICA 4

sábado, 21 de novembro de 2009

O Espaço, o Tempo e o Espaço-Tempo - Parte 2: O Tempo

Parte 2 - O Tempo

Para nós, pobres mortais, ao falarmos de tempo, ocorre-nos a idéia do antes, do agora e do depois; o passado, o presente e o futuro. Passado é tudo aquilo que não existe mais, o que está lá não pode ser modificado nem acessado; e futuro é aquilo que ainda não tem existência, lá está o que poderá ou poderia ser. Portanto, não têm existência nem o passado nem o futuro.

É o futuro que provoca as maiores discussões filosóficas, porque sua discussão levanta a questão do determinismo e do livre-arbítrio. Infelizmente, adentrar esse tema tornaria este artigo muito mais longo. Mas, nada nos impede de perguntar: "O que é o futuro? Será um amontoado de coisas irreais, isto é, que não têm existência ainda, e que eventualmente se tornarão realidades para imediatamente se converterem novamente em irrealidades, não mais existindo? O que é que transforma uma irrealidade numa realidade que imediatamente se converte novamente em irrealidade?"

Aparentemente, existe apenas o presente, o agora, esta impressionante fronteira entre duas coisas inexistentes! É o agora que realiza uma irrealidade, que flui imediatamente para a irrealidade. O fluir do tempo é uma sucessão de agoras, vivemos um agora para passar ao agora seguinte e assim sucessivamente.

Como gostamos de fazer afirmações inesperadas, para excitar a imaginação do leitor e provocar reações (positivas, esperamos), vamos acrescentar que o agora de uma pessoa depende dessa pessoa, não existe um agora absoluto. Esse descobrimento tem a ver com o conceito de simultaneidade, central no desenvolvimento da Teoria da Relatividade de Einstein.

Voltemos ao tema principal desta seção e procuremos uma resposta satisfatória e convincente para esta pergunta: "Existirá o tempo?"

Para Newton e os filósofos e cientistas clássicos, a resposta é "sim". Vejamos como Newton colocou o assunto em sua obra já citada. Diz ele: "O tempo absoluto, verdadeiro e matemático, por si mesmo e por sua própria natureza, flui uniformemente sem relação com qualquer coisa externa." (Ver a biobliografia.)

Nessa percepção clássica, o tempo não somente existe como é absoluto, isto é, não depende de nada, "sem relação com qualquer coisa externa". Além disso, "flui uniformemente", isto é, não podemos fazer com que flua mais depressa ou mais devagar. Veremos na próxima seção que essas percepções são incorretas. O tempo pode, sim, passar mais depressa ou mais devagar.

Quando nos referíamos ao espaço, vimos que podemos fazer medições e quantificá-lo. Ao resultado da medição chamamos de distância, ou comprimento. Para definirmos a localização de um corpo no espaço usamos a palavra "lugar".

Com respeito ao tempo, podemos introduzir conceitos paralelos. À quantificação do tempo, chamamos duração. "A apresentação teatral durou quase duas horas". À localização no tempo em que algo acontece chamamos de momento. "A fruta caiu da árvore no momento em que o menino a balançou."

Também podemos associar números à duração e ao momento. Esses números são usualmente expressos em horas, minutos e segundos.

Consideremos as afirmações: "O atleta cobriu o percurso em uma hora, vinte minutos e 40 segundos." e "O alarme soou às 10 horas, 25 minutos e dez segundos."

Aparentemente, a primeira delas é perfeitamente compreensível. Parece-nos desnecessário informar em qual país foi realizada a corrida para saber quanto durou, uma vez que intervalos de hora, minuto e segundo são os mesmos em todo planeta.

Já a segunda afirmação requer mais informações para podermos saber quando foi que o alarme soou. Em qual país aconteceu? Estava em vigor um horário de verão?

Na verdade, ensina-nos a Física moderna, ambos os resultados são relativos, isto é, dependem de outras informações para que se possa ter uma idéia mais precisa do que representam. Quem fez a medida da duração da corrida? Em qual país o alarme soou?

O que percebemos como tempo é o tempo subjetivo, e a direção em que ele flui coincide com a das sucessões de agoras. Essa percepção se explica pela coleção de gravações que temos em nosso corpo astral. Essas gravações são verdadeiros registros do que chamamos de passado e são elas que nos dão a sensação da existência de um tempo absoluto. Portanto, mesmo o espírito desencarnado terá a sensação de tempo enquanto seu corpo astral não for suficientemente diáfano para se desfazer dessas gravações.

Finalmente, para provocar ainda mais o leitor, teçamos as seguintes considerações.

Se o tempo existe, ele certamente foi criado. Uma coisa não pode existir sem ter sido criada. Se o tempo foi criado, então existe o "antes" e o "depois" da criação! O "antes" da criação do tempo seria aquele tempo passado antes de ele mesmo ter sido criado! Durma-se com um barulho deste!

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