O BLOG DE FÍSICA 4

terça-feira, 24 de novembro de 2009

TEMPO

Para nós, pobres mortais, ao falarmos de tempo, ocorre-nos a idéia do antes, do agora e do depois; o passado, o presente e o futuro. Passado é tudo aquilo que não existe mais, o que está lá não pode ser modificado nem acessado; e futuro é aquilo que ainda não tem existência, lá está o que poderá ou poderia ser. Portanto, não têm existência nem o passado nem o futuro.

É o futuro que provoca as maiores discussões filosóficas, porque sua discussão levanta a questão do determinismo e do livre-arbítrio. Infelizmente, adentrar esse tema tornaria este artigo muito mais longo. Mas, nada nos impede de perguntar: "O que é o futuro? Será um amontoado de coisas irreais, isto é, que não têm existência ainda, e que eventualmente se tornarão realidades para imediatamente se converterem novamente em irrealidades, não mais existindo? O que é que transforma uma irrealidade numa realidade que imediatamente se converte novamente em irrealidade?"

Aparentemente, existe apenas o presente, o agora, esta impressionante fronteira entre duas coisas inexistentes! É o agora que realiza uma irrealidade, que flui imediatamente para a irrealidade. O fluir do tempo é uma sucessão de agoras, vivemos um agora para passar ao agora seguinte e assim sucessivamente.

Como gostamos de fazer afirmações inesperadas, para excitar a imaginação do leitor e provocar reações (positivas, esperamos), vamos acrescentar que o agora de uma pessoa depende dessa pessoa, não existe um agora absoluto. Esse descobrimento tem a ver com o conceito de simultaneidade, central no desenvolvimento da Teoria da Relatividade de Einstein.

Voltemos ao tema principal desta seção e procuremos uma resposta satisfatória e convincente para esta pergunta: "Existirá o tempo?"

Para Newton e os filósofos e cientistas clássicos, a resposta é "sim". Vejamos como Newton colocou o assunto em sua obra já citada. Diz ele: "O tempo absoluto, verdadeiro e matemático, por si mesmo e por sua própria natureza, flui uniformemente sem relação com qualquer coisa externa." (Ver a biobliografia.)

Nessa percepção clássica, o tempo não somente existe como é absoluto, isto é, não depende de nada, "sem relação com qualquer coisa externa". Além disso, "flui uniformemente", isto é, não podemos fazer com que flua mais depressa ou mais devagar. Veremos na próxima seção que essas percepções são incorretas. O tempo pode, sim, passar mais depressa ou mais devagar.

Quando nos referíamos ao espaço, vimos que podemos fazer medições e quantificá-lo. Ao resultado da medição chamamos de distância, ou comprimento. Para definirmos a localização de um corpo no espaço usamos a palavra "lugar".

Com respeito ao tempo, podemos introduzir conceitos paralelos. À quantificação do tempo, chamamos duração. "A apresentação teatral durou quase duas horas". À localização no tempo em que algo acontece chamamos de momento. "A fruta caiu da árvore no momento em que o menino a balançou."

Também podemos associar números à duração e ao momento. Esses números são usualmente expressos em horas, minutos e segundos.

Consideremos as afirmações: "O atleta cobriu o percurso em uma hora, vinte minutos e 40 segundos." e "O alarme soou às 10 horas, 25 minutos e dez segundos."

Aparentemente, a primeira delas é perfeitamente compreensível. Parece-nos desnecessário informar em qual país foi realizada a corrida para saber quanto durou, uma vez que intervalos de hora, minuto e segundo são os mesmos em todo planeta.

Já a segunda afirmação requer mais informações para podermos saber quando foi que o alarme soou. Em qual país aconteceu? Estava em vigor um horário de verão?

Na verdade, ensina-nos a Física moderna, ambos os resultados são relativos, isto é, dependem de outras informações para que se possa ter uma idéia mais precisa do que representam. Quem fez a medida da duração da corrida? Em qual país o alarme soou?

O que percebemos como tempo é o tempo subjetivo, e a direção em que ele flui coincide com a das sucessões de agoras. Essa percepção se explica pela coleção de gravações que temos em nosso corpo astral. Essas gravações são verdadeiros registros do que chamamos de passado e são elas que nos dão a sensação da existência de um tempo absoluto. Portanto, mesmo o espírito desencarnado terá a sensação de tempo enquanto seu corpo astral não for suficientemente diáfano para se desfazer dessas gravações.

Finalmente, para provocar ainda mais o leitor, teçamos as seguintes considerações.

Se o tempo existe, ele certamente foi criado. Uma coisa não pode existir sem ter sido criada. Se o tempo foi criado, então existe o "antes" e o "depois" da criação! O "antes" da criação do tempo seria aquele tempo passado antes de ele mesmo ter sido criado! Durma-se com um barulho deste!

O Espaço, o Tempo e o Espaço-Tempo: Parte 3

O Espaço-Tempo

A Física moderna, inaugurada com os trabalhos geniais de Einstein, veio mostrar-nos que nossos conceitos clássicos de espaço e tempo estavam equivocados. Da mesma forma que as três dimensões do espaço (largura, profundidade e altura) são convenções puramente subjetivas – não podemos separá-las, estão interligadas –, também não podemos separar o espaço do tempo. Espaço e tempo estão interligados. Não existe nada no espaço que também não tenha existência no tempo; e nada pode ter ocorrido no tempo que não tenha sido em algum lugar no espaço.

Embora não seja uma prova definitiva (nem válida) de que espaço e tempo estão interligados, gostaríamos de submeter à apreciação do leitor esta curiosa afirmação: "não é raro quantificar espaço em termos de quantificação de tempo".

Considere a seguinte situação: alguém pára seu carro num posto de gasolina na estrada e pergunta ao frentista: "A que distância está tal lugar?" Pode receber a seguinte resposta: "Está a cinco minutos daqui". O frentista quantificou uma distância em termos de tempo!

Como pode alguém dar uma resposta como essa? O indivíduo pergunta por uma distância e obtém como resposta um tempo? O que está inconscientemente implícito que permite substituir a noção de espaço pela de tempo?

O elemento que estabelece essa interconexão entre espaço e tempo, é uma velocidade. Se a mesma pessoa estivesse a pé, a resposta seria diferente!

Naqueles usualmente chamados "efeitos relativistas", as velocidades desempenham um papel central. Se duas pessoas estiverem viajando num avião e decidirem medir o tamanho de um objeto, com uma mesma trena, por exemplo, vão encontrar o mesmo resultado (assumindo-se que ambas sejam cuidadosas). Por outro lado, uma pessoa no solo que pudesse medir, do lugar em que está, o mesmo objeto dentro do avião, encontraria um resultado diferente, um tamanho menor. Por quê?

Ensina-nos a Teoria da Relatividade de Einstein que essa "discrepância" é devida ao fato de que as pessoas no avião e o objeto medido estão parados com respeito uns aos outros (velocidade zero dentro do avião), mas o objeto se locomove com a velocidade do avião com respeito àquela que está no solo. Então, ao objeto estão associados dois comprimentos, cada um relativo a quem fez a medida. Daí a nossa afirmação anterior de que a medição de um comprimento (ou distância) depende da pessoa que a faz, se o objeto medido está parado ou em movimento com relação a quem o mede.

Efeito relativista análogo ocorre com o tempo. A medida da duração de um vôo resulta menor para quem voou do que para quem ficou no solo. É bastante conhecido o chamado "paradoxo dos gêmeos" relacionados com esse efeito. Uma pessoa jovem parte para uma longa viagem sideral numa nave a altíssima velocidade e deixa seu irmão gêmeo na Terra. Quando regressa após um ano, encontra seu irmão bastante envelhecido. O tempo "andou" mais devagar para o viajante. Para quem ficou na Terra, o tempo do viajante tarda muito mais para passar. O viajante demora mais tempo para envelhecer. [Em compensação, a broca do dentista fica mais tempo zunindo nos ouvidos do viajante (sempre com respeito àquele que aqui ficou)!]

Devemos aclarar que, ao contrário do que muita gente pensa, o "paradoxo dos gêmeos" nada tem a ver com o fato de que um irmão ficou mais velho do que o outro. O paradoxo está em que, de um outro ponto de vista, seria o gêmeo que viajou que teria envelhecido! É uma questão de simetria, mais um assunto que não vamos discutir neste já longo artigo.

A "dilatação" do tempo é um fato já demonstrado experimentalmente. Se não a percebemos no cotidiano é porque as velocidades (seja mesmo num avião supersônico) são pequenas. O efeito torna-se perceptível apenas quando a velocidade atinge uma fração significativa da velocidade da luz no vácuo, ou seja, se aproxima dos famosos 300 mil quilômetros por segundo.

Como o efeito é imperceptível, somente quando os cientistas se dedicaram especificamente a observá-lo é que foi possível detectá-lo.

O fenômeno de dilatação-contração é inerente ao espaço-tempo, estrutura também conhecida como contínuo espaço-tempo. Espaço e tempo são uma coisa só, inseparáveis, uma estrutura de quatro dimensões: três do tipo espaço (as dimensões espaciais) e uma do tipo tempo (a dimensão temporal).

Como foi dito acima, o que existe no espaço deve existir também no tempo e nada ocorre no tempo que não tenha sido em algum lugar. Essa constatação leva à definição de um evento, isto é, um acontecimento que deve ser descrito simultaneamente no espaço e no tempo. Por exemplo: João encontrou-se com Pedro. Esta informação somente será completamente entendida quando for especificado em que lugar (três dimensões espaciais) e quando (dimensão temporal) os dois se encontraram.

A dilatação do tempo também ocorre em regiões de imensas forças gravitacionais, nas vizinhanças de um buraco negro, por exemplo. Este é um descobrimento de outra teoria desenvolvida por Einstein: a Teoria da Relatividade Geral, ou mais apropriadamente, sua Teoria da Gravitação. Não vamos nos estender nessa direção, mas , não custa dizer que a curvatura do espaço-tempo é devida à presença de massas. Onde não há massas, o espaço-tempo é plano.

Finalmente, a curvatura do espaço-tempo foi confirmada medindo-se a curvatura que a luz faz quando passa por uma região próxima a um corpo de enorme massa (lembremo-nos de que é a presença de massas que encurva o espaço-tempo). A experiência foi montada no Brasil por ocasião de um eclipse solar. Ela comprovou a Teoria da Gravitação (ou Teoria da Relatividade Geral) de Einstein.

Na época foi enviado um telegrama a Einstein informando-o do resultado positivo, e um repórter lhe perguntou: "Como o senhor se sentiria se a experiência não tivesse confirmado a previsão de sua teoria?" Ao que ele respondeu, brincando: "Teria pena do nosso bom Deus, porque minha teoria está correta."

sábado, 21 de novembro de 2009

O Espaço, o Tempo e o Espaço-Tempo - Parte 2: O Tempo

Parte 2 - O Tempo

Para nós, pobres mortais, ao falarmos de tempo, ocorre-nos a idéia do antes, do agora e do depois; o passado, o presente e o futuro. Passado é tudo aquilo que não existe mais, o que está lá não pode ser modificado nem acessado; e futuro é aquilo que ainda não tem existência, lá está o que poderá ou poderia ser. Portanto, não têm existência nem o passado nem o futuro.

É o futuro que provoca as maiores discussões filosóficas, porque sua discussão levanta a questão do determinismo e do livre-arbítrio. Infelizmente, adentrar esse tema tornaria este artigo muito mais longo. Mas, nada nos impede de perguntar: "O que é o futuro? Será um amontoado de coisas irreais, isto é, que não têm existência ainda, e que eventualmente se tornarão realidades para imediatamente se converterem novamente em irrealidades, não mais existindo? O que é que transforma uma irrealidade numa realidade que imediatamente se converte novamente em irrealidade?"

Aparentemente, existe apenas o presente, o agora, esta impressionante fronteira entre duas coisas inexistentes! É o agora que realiza uma irrealidade, que flui imediatamente para a irrealidade. O fluir do tempo é uma sucessão de agoras, vivemos um agora para passar ao agora seguinte e assim sucessivamente.

Como gostamos de fazer afirmações inesperadas, para excitar a imaginação do leitor e provocar reações (positivas, esperamos), vamos acrescentar que o agora de uma pessoa depende dessa pessoa, não existe um agora absoluto. Esse descobrimento tem a ver com o conceito de simultaneidade, central no desenvolvimento da Teoria da Relatividade de Einstein.

Voltemos ao tema principal desta seção e procuremos uma resposta satisfatória e convincente para esta pergunta: "Existirá o tempo?"

Para Newton e os filósofos e cientistas clássicos, a resposta é "sim". Vejamos como Newton colocou o assunto em sua obra já citada. Diz ele: "O tempo absoluto, verdadeiro e matemático, por si mesmo e por sua própria natureza, flui uniformemente sem relação com qualquer coisa externa." (Ver a biobliografia.)

Nessa percepção clássica, o tempo não somente existe como é absoluto, isto é, não depende de nada, "sem relação com qualquer coisa externa". Além disso, "flui uniformemente", isto é, não podemos fazer com que flua mais depressa ou mais devagar. Veremos na próxima seção que essas percepções são incorretas. O tempo pode, sim, passar mais depressa ou mais devagar.

Quando nos referíamos ao espaço, vimos que podemos fazer medições e quantificá-lo. Ao resultado da medição chamamos de distância, ou comprimento. Para definirmos a localização de um corpo no espaço usamos a palavra "lugar".

Com respeito ao tempo, podemos introduzir conceitos paralelos. À quantificação do tempo, chamamos duração. "A apresentação teatral durou quase duas horas". À localização no tempo em que algo acontece chamamos de momento. "A fruta caiu da árvore no momento em que o menino a balançou."

Também podemos associar números à duração e ao momento. Esses números são usualmente expressos em horas, minutos e segundos.

Consideremos as afirmações: "O atleta cobriu o percurso em uma hora, vinte minutos e 40 segundos." e "O alarme soou às 10 horas, 25 minutos e dez segundos."

Aparentemente, a primeira delas é perfeitamente compreensível. Parece-nos desnecessário informar em qual país foi realizada a corrida para saber quanto durou, uma vez que intervalos de hora, minuto e segundo são os mesmos em todo planeta.

Já a segunda afirmação requer mais informações para podermos saber quando foi que o alarme soou. Em qual país aconteceu? Estava em vigor um horário de verão?

Na verdade, ensina-nos a Física moderna, ambos os resultados são relativos, isto é, dependem de outras informações para que se possa ter uma idéia mais precisa do que representam. Quem fez a medida da duração da corrida? Em qual país o alarme soou?

O que percebemos como tempo é o tempo subjetivo, e a direção em que ele flui coincide com a das sucessões de agoras. Essa percepção se explica pela coleção de gravações que temos em nosso corpo astral. Essas gravações são verdadeiros registros do que chamamos de passado e são elas que nos dão a sensação da existência de um tempo absoluto. Portanto, mesmo o espírito desencarnado terá a sensação de tempo enquanto seu corpo astral não for suficientemente diáfano para se desfazer dessas gravações.

Finalmente, para provocar ainda mais o leitor, teçamos as seguintes considerações.

Se o tempo existe, ele certamente foi criado. Uma coisa não pode existir sem ter sido criada. Se o tempo foi criado, então existe o "antes" e o "depois" da criação! O "antes" da criação do tempo seria aquele tempo passado antes de ele mesmo ter sido criado! Durma-se com um barulho deste!

sábado, 7 de novembro de 2009

O Espaço, O Tempo e O Espaço-Tempo



Parte 1 - O Espaço


A noção de “espaço” que temos provém de nossa experiência, de nossas sensações. Consideramo-lo algo que tem existência própria, independente de qualquer coisa. Referimo-nos às suas propriedades métricas em termos de distância. Como as propriedades métricas são importantes no cotidiano, freqüentemente usamos distância e espaço como significando a mesma coisa.
Esse “espaço” que pode ser medido é conhecido como espaço relativo. O espaço absotuto, ou seja, aquele que é independente de qualquer outra coisa, foi postulado por Newton: “O espaço absoluto, em sua própria natureza, sem relação com qualquer coisa externa, permanece sempre similar e imóvel”. Esta é a noção clássica do espaço absoluto foi aceita por um bom tempo, ate chegar a Einstein.


A orientação do espaço


No espaço não existe nem acima, nem abaixo; nem à esquerda, nem à direita. Em outras palavras, o espaço em si não é orientado. Para definir uma orientação no espaço, precisamos de um ponto de referência. Não existe uma orientação absoluta no espaço.


As dimensões do espaço

Sabemos que os corpos ocupam alguma posição no espaço. Chamamos essa posição de lugar. Foi o esforço para definir o conceito de "lugar" que nos mostrou que o espaço tem dimensões, num total de três. Isto significa que precisamos de três números para localizar um objeto no espaço, para informar em que lugar ele se encontra. Às três dimensões do espaço, comumente, chamamos de largura, profundidade e altura.


A curvatura do espaço

O espaço é curvo. Temos dificuldade em imaginar essa curvatura porque não podemos examiná-lo “de fora”. Para constatar a realidade de uma curvatura, precisamos considerar outros objetos matemáticos: as figuras geométricas. Um dos primeiros teoremas que aprendemos nos diz que “a soma dos ângulos internos de um triângulo qualquer vale 180 graus”. Mas isso é verdadeiro apenas num espaço plano. Se um triângulo for desenhado sobre a superfície de uma esfera, a soma dos ângulos internos será maior do que 180 graus. Há outras superfícies em que a soma dos ângulos internos é menor do que 180 graus.
Consideremos um triângulo desenhado numa folha de papel. Essa folha é uma superfície plana. Mas ao enrolar essa folha de maneira a dar-lhe a forma de um tubo, a superfície onde está desenhado o triângulo é, agora, curva. Contudo, a soma dos ângulos internos continua sendo 180 graus. O que acontece é que uma folha de papel é "intrinsecamente" plana. Não importa se a enrolamos ou a amassamos. Já a superfície de uma esfera é "intrinsecamente" curva. Não é possível cobrir uma esfera com uma folha de papel. Se tentarmos ajustar uma folha de papel à superfície de uma bola, sempre ficarão regiões dobradas e enrugadas. E não é uma questão de dimensões. Tanto a folha de papel como a superfície de uma esfera tem duas dimensões. A esfera é um objeto tridimensional, mas sua superfície não. Isso nos mostra que além de propriedades métricas (como distâncias), o espaço tem também propriedades topológicas (como curvaturas intrínsecas).

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Os cientistas são capazes de recriar o Big Bang?

De acordo com a teoria do Big Bang, bilhões de anos atrás o universo inteiro estava comprimido em uma área de volume zero e densidade infinita. Então, essa área se expandiu e seu tamanho aumentou em centenas de vezes em menos de um segundo. Nesses primeiros momentos, o universo estava repleto de energia, boa parte dela na forma de intenso calor. À medida que o universo crescia e se resfriava, parte dessa energia foi transformada em matéria.


Quando falamos em construção da matéria, em geral, nos concentramos nos átomos. Os átomos consistem de um núcleo que contém ao menos uma partícula subatômica de carga positiva, chamada próton. O núcleo também pode conter uma ou mais partículas de carga neutra chamadas nêutrons. Partículas de carga negativa chamadas elétrons cercam o núcleo e se movem rapidamente em torno dele nos limites de uma esfera de energia.



Mas nos estágios iniciais do Big Bang, não era possível a formação de átomos. O universo era denso e quente demais. De fato, nos momentos iniciais do 1° segundo do Big Bang, nem mesmo prótons e nêutrons podiam se formar. Os teóricos do Big Bang acreditam que o universo estivesse repleto de partículas subatômicas como os neutrinos, partículas desprovidas de massa, ou os quarks, partículas elementares que se unem para formar partículas maiores, como os prótons e os nêutrons.
Os cientistas denominam a força que une os quarks para formar partículas maiores de interação nuclear forte. Ela é tão forte que, sob circunstâncias normais, é impossível observar os quarks. Isso se deve ao fato de que os quarks se combinam de maneira tão estreita que é difícil separá-los. Por muitos anos, a única prova de que os quarks existiam provinha de modelos matemáticos de como o universo funciona. Os modelos requeriam a presença de partículas como os quarks para que fizessem sentido.
Hoje, os cientistas conseguem tomar partículas como os prótons e nêutrons e dividi-las em quarks e glúons - partículas sem massa que intermedeiam a força entre os quarks. Os quarks e os glúons só se mantêm separados por frações de segundo antes de começarem a decair, mas isso basta para que os cientistas possam observá-los usando equipamentos poderosos.

O Big Bang em laboratório?


O mundo das partículas subatômicas é paradoxal. Os cientistas usam algumas das maiores máquinas do mundo a fim de estudar algumas das menores partículas que conhecemos. Os aparelhos que eles empregam são extremamente precisos e sofisticados, mas dependem de uma abordagem quase violenta. Esses métodos e aparelhos permitem que cientistas vislumbrem como o universo deve ter sido em seus primórdios.

A maneira pela qual os cientistas observam as partículas minúsculas de matéria que compõem partículas subatômicas como os prótons e os nêutrons é tanto elegante quanto primitiva. Eles promovem colisões entre partículas subatômicas e estudam os destroços que sobram desses fortes choques. Para fazê-lo, empregam poderosas máquinas conhecidas como aceleradores de partículas.


Vista aérea do Laboratório Nacional Fermi de Aceleradores



Os aceleradores de partículas disparam feixes opostos de partículas subatômicas como prótons, em cursos de colisão. Alguns aceleradores são lineares e outros são circulares. Eles podem ser muito longos - os aceleradores circulares podem ter quilômetros de diâmetro. Os aceleradores usam bancos de imãs para acelerar os feixes de prótons em seus percursos por tubos muito finos. Assim que os feixes de prótons atingem uma determinada velocidade, o acelerador os coloca em curso de colisão. Quando as partículas colidem, elas se dividem em suas partes componentes, como os quarks.




Essas partículas subatômicas decaem em frações de segundo. Apenas por meio de poderosos computadores, os cientistas têm a esperança de detectar a presença de um quark. Em 2006, uma equipe de cientistas da Universidade da Califórnia, em Riverside, reportou ter detectado um quark top, o mais massivo dos tipos de quarks. A equipe havia usado um acelerador de partículas para causar colisão entre um próton e um antipróton. Eles detectaram a presença do quark depois que este já havia decaído. O processo de decaimento deixou uma assinatura eletrônica identificável [fonte: Universidade da Califórnia, Riverside].


         Isso significa que os cientistas são capazes de recriar o Big Bang? Não exatamente. Em lugar disso, eles esperam simular as condições existentes nos primeiros momentos do universo. Isso envolve criar uma área densa e quente de matéria e energia. Ao estudar essas condições, os cientistas podem aprender mais sobre como o nosso universo se desenvolveu. Mas não são capazes de recriar o período de rápida expansão a que denominamos Big Bang.

sábado, 24 de outubro de 2009

Teletransporte

O teletransporte é um tipo de viagem no qual pode-se ir de um lugar a outro de forma instantânea sem a necessidade de se percorrer uma distância física. O teletransporte baseia-se na desmaterialização de um objeto em um ponto e o envio das suas configurações atômicas para uma outra localidade onde este objeto será reconstruído.

Experiências realizadas com fótons comprovam que o teletransporte quântico realmente é possível, porém, a partícula teletransportada há que ser destruída. A primeira dessas experiências foi realizada em 1998 pelo Grupo Caltech onde os físicos e cientistas envolvidos conseguiram ler a estrutura atômica do fóton e enviar esta informação pela extensão de um metro de um cabo coaxial para criar um réplica deste fóton.

De acordo com o princípio da incerteza de Heinsenberg não pode-se saber, simultaneamente, o local e a velocidade de uma partícula, então como teletransportá-la? Para não violar o princípio de Heinsenberg, os responsáveis pela experiência valeram-se de um fenômeno denominado entrelaçamento. Para isso, há necessidade de pelo menos três fótons para realizar o teletransporte quântico: um fóton para ser teletransportado, outro usado como transporte e um terceiro fóton entrelaçado ao fóton de transporte.

O entrelaçamento destes dois últimos fótons permite que se extraia informações do fóton a ser teletransportado. Sem o entrelaçamento o fóton a ser teletransportado poderia sofrer uma colisão e, então, ser modificado. A informação extraída é repassada ao fóton de transporte e,por meio do entrelaçamento, ao fóton entrelaçado a este. Isso permite a criação de uma réplica exata do fóton a ser teletransportado, no entanto, este fóton “original” deixa de existir.

Essa é uma idéia que ainda não agrada muito mas pode ajudar muito no campo da informação quântica. É uma tecnologia que se usada na criação de computadores quânticos fará com que as taxas de transmissão de dados sejam enormes.

No caso do teletransporte de pessoas pode ser que não seja mesmo possível. O teletransporte deveria ser feito na velocidade da luz. A máquina utilizada para isso deverá ser capaz de identificar e analisar os mais de um trilhão de átomos que existem no corpo humano e enviar esta informação para o lugar a ser teletransportado. A reconstrução do corpo deve ser muito precisa pois uma molécula fora do lugar poderá resultar em graves defeitos neurológicos ou fisiológicos na pessoa teletransportada.